SS GREAT BRITAIN: O PRIMEIRO A TER CASCO E HÉLICE
DADOS
NACIONALIDADE: Britânica
PORTO DE REGISTRO: Bristol, Inglaterra
LANÇAMENTO AO MAR: 19 de Julho de 1843
TONELAGEM: 1.961
COMPRIMENTO: 98,15 m
ALTURA: 9,91 m
LARGURA: 15,39 m
VELOCIDADE: 12,5 nós (23 km/h)
O SS Great Britain foi projetado por Isambard Kingdom Brunel, Thomas Guppy, Christopher Claxton e William Patterson para a Great Western Steamship Company e construído num dique seco especialmente adaptado em Bristol.
O lançamento ocorreu em 19 de Julho de 1843. As condições do tempo eram favoráveis mas jornais registraram que após um início maçante, o tempo melhorou com apenas algumas chuvas intermitentes. A atmosfera no dia pode ser melhor definida pela reportagem do dia seguinte no Bristol Mirror: "Largas multidões começaram a chegar cedo no dia incluindo muitas pessoas que viajaram a Bristol apenas para o espetáculo. O caminho havia sido limpo e decorado com bandeiras, flores e faixas. Meninos da City School e meninas da Red Maidsforam enfileirados numa elegante formação por todo o comprimento do navio. A rota do navio era uma massa de cores e todos estavam nas ruas como em um feriado. A atmosfera de alegria até permitiu que os problemas políticos de Londres fossem esquecidos".
Em Novembro de 1846, com apenas poucos anos após ter sido lançado, o navio encalhou nas areias da Baía de Dundrum, no condado de Drundum na Irlanda e havia sérias dúvidas se seria possível desencalhá-lo. O próprio Brunel aconselhou que se havia um engenheiro naval que pudesse fazê-lo, este seria Andrew Swan de Brisbane. Bremner foi contratado e o Great Britain foi desencalhado em Agosto de 1847. Entretanto, o custo de salvar o navio levou à falência a Great Western Steamship Company, e o SS Great Britain foi vendido e transformado em um barco de emigração.
O Great Britain passou então a fazer a maioria de suas viagens entre o Reino Unido e a Austrália. Em 1852, fez sua primeira viagem a Melbourne, Austrália, levando 630 emigrantes. O interesse pela embarcação foi tão grande na cidade que aproximadamente 4 000 pessoas pagaram um shilling para vê-lo.
Entre 1855 e 1858, também foi usado para transporte de tropas, durante a Guerra da Criméia e a Revolta dos sipais e em 1882, foi transformado num veleiro, para transporte de carvão mas, depois de um incêndio a bordo em 1886, foi seriamente danificado. Foi então vendido para a Falkland Islands Company, permanecendo nas Ilhas Malvinas como navio cisterna para armazenamento de carvão até a década de 1930, quando foi sucateado e abandonado. No seu papel como reservatório de carvão, foi utilizado para reabastecer a marinha do Atlântico Sul que derrotou a frota do Almirante Graf Makimilian von Spee, durante a Primeira Guerra Mundial na Batalha das Ilhas Malvinas. Na Segunda Guerra Mundial, parte do seu aço foi utilizado para reparar o HMS Exeter, um dos navios da Marinha Real Britânica que foi seriamente danificado na Batalha do Rio da Prata.
O SS Great Britain foi o primeiro navio transatlântico a ter um casco e um hélice propulsora de ferro e, quando lançado em 1843, era o maior navio da época. Foi originalmente projetado para carregar 120 passageiros de 1ª classe (26 dos quais em cabines separadas), 132 passageiros de segunda classe e 120 oficiais da tripulação, mas quando um convés extra foi construído sua capacidade aumentou para 730 passageiros. Em 26 de Julho de 1845, o navio fez sua viagem inaugural para Nova Iorque, uma jornada completada em 14 dias.
RESTAURAÇÃO:
Em abril de 1970, a embarcação foi "reflutuada" numa embarcação especial, a Mulus 3, e levada de volta a Bristol pelo rebocador Varius II, para ser conservado como um navio museu. O SS Great Britain retornou então ao seu local de nascimento, o dique seco do estaleiro da Great Western, que foi desativado devido a uma bomba durante a Segunda Guerra. A operação de salvamento só foi possível graças a diversas doações, incluindo uma de Sir Jack Hayward, e outra de Sir Paul Getty. A intenção original era de restaurar a embarcação conforme o estado original de 1843 entretanto, a filosofia do projeto foi alterada recentemente e a conservação de todo o material pre-1970 se tornou o objetivo.
Atualmente o navio é uma atração no museu do porto de Bristol.
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